terça-feira, novembro 20, 2007

Rivais nunca estiveram tão fortes

Bruno Sayeg Garattoni e Maurício Moraes e Silva
http://www.link.estadao.com.br/index.cfm?id_conteudo=12409

Mac mais acessível, Linux mais fácil de usar e problemas técnicos do Vista ameaçam a supremacia do Windows

Pela primeira vez desde os anos 90, o Windows tem concorrentes sérios – os sistemas Mac e Linux, que em outubro ganharam novas versões, finalmente têm condições de brigar quase de igual para igual. Mas como?

A primeira chave para entender está na própria Microsoft. O Windows Vista, novo sistema operacional da empresa, está longe de ser unanimidade. Foi lançado com atraso e, embora tenha um visual bonito e represente um avanço em termos de segurança, trouxe uma avalanche de problemas para os usuários.

A Microsoft diz que o Vista é um sucesso, já vendeu mais de 60 milhões de cópias. Mas muita gente já teve, ou conhece alguém que teve, algum tipo de dificuldade com o novo Windows. Tem até gente voltando ao Windows XP (leia mais em www.link.estadao.com.br/index.cfm?id_conteudo=12192).

Acontece que, nas lojas, está cada vez mais difícil encontrar micros equipados com o XP. Ele está saindo de linha, e a rejeição ao Vista acaba levando as pessoas a considerar alternativas – no caso, o Linux e o Macintosh.

“A Microsoft tem profundo respeito (pelos rivais), mas não comenta produtos ou empresas concorrentes”, disse o gerente Alexandre Leite, ao ser questionado pelo Link sobre a ameaça da Apple e do Linux. A empresa tenta passar uma imagem de tranqüilidade, mas nunca antes na história deste País esteve sob tal pressão.

O ataque começou pelas mãos do software livre – o sistema operacional Linux. Como o Linux é gratuito, ele tem feito sucesso no segmento de PCs e laptops básicos. Em 2006, foram vendidos 1,5 milhão de micros com Linux no Brasil – aproximadamente 18% do mercado.

É uma participação enorme, que coloca o País como provável líder mundial no uso de Linux em PCs (no exterior, o Linux tem uma penetração bem menor, cerca de 1% dos micros).

E o sucesso do Linux no Brasil poderia ser ainda maior. Isso porque os micros vendidos no País utilizam versões nacionalizadas do sistema – que, em alguns casos, são difíceis de usar.

Mas, na internet, já saiu um Linux muito mais evoluído: é o Ubuntu, criado pela empresa Canonical. Você provavelmente nunca ouviu falar, mas ele já conquistou muita gente – 6 milhões, inclusive 500 mil brasileiros. Tudo isso porque o Ubuntu é o primeiro Linux desenvolvido para pessoas comuns, ou seja, que realmente tem a facilidade de uso como principal objetivo.

“A gente não encara os outros tipos de Linux como concorrentes. Estamos muito à frente. A Microsoft já nos cita como rivais do Windows”, diz Fábio Filho, da Canonical.

O novo Ubuntu traz uma interface gráfica sensacional, de fazer inveja ao Mac e ao Vista. Mas atenção: o Ubuntu Linux não é uma panacéia, pois tem seus problemas.

Aí, entra em cena o Mac OS X, da Apple– um sistema famoso, justamente, por ser praticamente perfeito: o Mac sempre funciona, e quase nunca dá problema. Só que o OS X só roda nos computadores da própria Apple, que sempre estiveram fora do alcance da maioria dos brasileiros. E há softwares que não têm versão para Mac.

Mas tudo isso mudou - O SALTO DA MAÇÃ
Agora, o Mac também roda Windows (se você quiser). E, graças à briga entre a Apple Brasil e uma distribuidora independente, a Greenmax, está menos caro.

Em agosto, a Greenmax trouxe ao País o novo iMac e disse que iria vendê-lo por R$ 6.400. A Apple respondeu, com um preço menor: R$ 5.000. A Greenmax revidou abaixando o iMac para R$ 4.000 – valor que está sendo praticado por algumas lojas. Mas, por R$ 4.000, há um mês de espera.

O iMac é uma ótima opção para quem pode gastar R$ 4.000 (ou, para ter o aparelho em pronta entrega, R$ 5.000). Mas o Macintosh mais simples, o mini, custa bem menos – R$ 1.600. Será que um dia o Mac vai se tornar um produto de massa?

A rede de supermercados Extra (que diz ser a maior vendedora de informática do País) anunciou na semana passada que começará a vender a linha Apple. E, segundo especulações, a própria Apple estaria cogitando abrir uma loja em São Paulo.